Beija-flor


É boca aberta hiante
para de encher-se ao que se mova nela.
[...]
É beijo tudo o que de lábios seja
quanto de lábios se deseja.
Jorge de Sena

Teus lábios repousa sobre a fina flor,
Guardiã do néctar de febris desejos,
E tal como o dedicado beija-flor,
Sugue-a em suaves e doces beijos...


Toque-a, gentil amado, com o teu amor,
Solícito em mil pompas e cortejos...
Que ela se revolva trêmula em ardor,
Abrindo-se feliz em tais festejos.


Com prazer acolha o viscoso mel,
Derramado entre as pétalas ardentes.
Que ele te eleve bem junto ao Céu,


Lá onde os sentidos são frementes.
Seiva cristalina, tenro coquetel...
Cálice que queima nos teus dentes.

Um comentário:

  1. Lindo. Tomei a liberdade de copiá-lo, contudo, não há nenhum indício de autoria, então coloquei como A., conforme se encontra.

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