Vazão


Tudo nas cordas dos violões ecoa
E vibra e se contorce no ar, convulso...
Tudo na noite, tudo clama e voa
Sob a febril agitação de um pulso.
Cruz e Sousa

Ah! Nas vagas do verso venturoso,
Perder-te vem no vulto em volição.
Vassalo teu vivaz e vaporoso,
Vencida minha verve nas tuas mãos.

Amado, veste o ventre veludoso,
Violácea vulva, viva convulsão...
Do sêmen mais voraz e mais viscoso,
Vertendo vagas vozes, vibração.

Em versos vagarosos, mil acentos,
Vaidosos, vigorosos, com ardor!
Uivando vorazmente junto ao vento,

Verbetes mastigados sem pudor!
Vazando pelo ventre, um segmento,
Volúpia bem servida ao vencedor!

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